A CASA DO ECLETISMO

Contrariamente à casa colonial, no ecletismo os lotes são mais generosos nas suas dimensões laterais possibilitando que a edificação se afaste: centro de terreno nas casas da elite, ou geminada apenas de um lado e com afastamento na outra lateral propiciando um corredor que leva diretamente à uma porta de serviço aos fundos, em geral cozinha. 

Características da casa de classe média deste período: edificação alinhada com a frontada do terreno;  elevada para conter porão, muitas vezes não habitável mas possibilitando o isolamento da umidade proveniente do terreno; ventilação e iluminação em todos os cômodos (fim da alcova), possibilitado pela presença do corredor lateral; existência de banheiro ou de um WC no interior da casa.





 A casa da aristocracia paulistana, por sua vez, já era posicionada em centro de terreno muitas vezes incorporando o projeto de um jardim romântico e o seu programa era bem mais complexo do que o da casa de classe média podendo envolver: estar; visita; jantar; fumoir (sala de homens); escritório de trabalho; boudoir ou sala de costura (sala de mulheres); banheiro etc.







RAMOS DE AZEVEDO, Francisco de Paula (Campinas 1851 - São Paulo 1928).
Inicialmente propôs-se a estudar engenharia em Gant na Bélgica, no entanto, pela qualidade de seus trabalhos foi encorajado a estudar arquitetura. Recém-formado, estabeleceu-se em Campinas onde executou seus primeiros projetos. Foi responsável pela conclusão da construção da catedral da cidade, o primeiro de seus grandes trabalhos

No fim do séc. XIX foi convidado a projetar as residências de alguns membros da elite paulista. Decidiu estabelecer na cidade de São Paulo um escritório técnico, que levou seu nome, o qual em pouco tempo se transformou no principal influenciador da arquitetura local. Durante algumas décadas foi deste escritório que saíram praticamente todos os projetos residenciais da elite e os principais projetos públicos da cidade

Ramos de Azevedo participou da fundação da Escola Politécnica de SP junto de um grupo de aristocratas paulistas ligados às correntes políticas consideradas progressistas, estabelecendo na escola um modelo similar ao que experimentou na Europa. Sua ligação com o ensino também aconteceu quando se tornou diretor do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, onde promoveu uma reforma de ensino que tornaria a escola autossuficiente e reconhecida em todo o país.
O Escritório Ramos de Azevedo foi dos mais longevos escritórios de arquitetura do Brasil, criado e dirigido pelo próprio arquiteto. Atuou entre a última década do século XIX e as três primeiras do século XX, período no qual o escritório chegou a empregar cerca de 500 funcionários. Além das construções na cidade de São Paulo e no interior do estado, o escritório também participava de grandes licitações pelo Brasil. Foi o autor, entre outros, da Santa Casa de Misericórdia  de Vitória e do prédio onde está instalado a atual pinacoteca do Estado de SP. (Wikipedia.pt & Itaú Cultural)
 

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