URBANISMO 1
BELO HORIZONTE. 1896.
Ao se dedicar à criação
da capital mineira, Aarão Reis já trazia um lastro de quase 20 anos de
experiência profissional. Iniciara sua carreira como praticante técnico de
obras hidráulicas na Alfândega do Rio de Janeiro, trabalhara como engenheiro do
Ministério do Império, nas obras de construção do Matadouro de Santa Cruz
(1875-79), atuou como engenheiro-chefe dos serviços de eletricidade da Estrada
de Ferro D. Pedro II (1881-85) e da Comissão de Exame do Açude de Quixadá
(1885), assumiu o cargo de diretor das obras civis e hidráulicas do Ministério
da Marinha (1886-89), engenheiro-chefe da Estrada de Ferro de Pernambuco (1889)
e diretor-geral da Secretaria de Estado da Agricultura, Indústria, Viação e
Obras Públicas (1890). Atuou como consultor técnico nos gabinetes dos ministros
da Agricultura Demétrio Ribeiro (1889) e Francisco Glicério (1890-91) e do
ministro das Relações Exteriores Quintino Bocaiuva (1890). Em 1891 assumiu o
cargo de engenheiro-chefe da Estrada doe Ferro Elétrica da Tijuca, onde
introduziu a tração elétrica em substituição ao sistema a vapor. De 1891 a 1892
desempenhou a função de presidente da Companhia Geral de Melhoramentos do
Maranhão (Wikipedia.pt).
O plano de Aarão Reis para a criação de BH
(1894-97) consistia na definição de uma avenida (a Avenida do Contorno) que
delimitava a área urbana da futura cidade e no interior da qual era implementada
duas malhas ortogonais, uma sobreposta em diagonal à outra: conformando ruas
principais do tipo boulevard (a malha mais espaçada) e ruas secundárias e
locais (a malha mais estreita). Todas as questões importantes que caracterizavam
para a engenharia da época a urbanidade moderna estavam presentes no plano: a
estação ferroviária; o palácio governamental com as secretarias de estado distribuídas
em volta da grande praça (praça da liberdade); palácio do congresso; palácio da
justiça; os espaços lúdicos como o parque central, praças (em geral situadas na
intercessão dos boulevares), o hipódramo e o jardim zoológico; o setor de
escolas; a catedral; o teatro de ópera etc. Ou seja: transporte público, ensino,
cultura, lazer administrados pela democracia moderna com o seu Fórum público (a
praça da liberdade).
RIO DE JANEIRO –
ABERTURA DA AV. CENTRAL. 1903.
A abertura da
emblemática Avenida Central foi uma operação de reforma interior sobre o tecido
colonial e sua implantação ficou a cargo do governo federal, que nomeou uma
Comissão para desenvolver os trabalhos, chefiada pelo eng. Paulo de Frontin.
Essa comissão foi responsável pela desapropriação, re-loteamento da área,
demolição dos prédios antigos, desmonte dos morros de São Bento e parte do
Castelo, remoção do entulho e construção da Avenida. Cabia à Comissão receber e
julgar os projetos dos novos edifícios, cujas fachadas foram escolhidas por
concurso público que limitava a um mínimo de 3 pavimentos e 30 ou 35 metros de
largura. Foram demolidos 585 prédios num prazo de seis meses, estava, então,
aberta a avenida, com 33 metros de largura, que começava no Largo da Prainha, hoje Praça Mauá e terminava na praia de Santa Luzia,
lugar onde foi construído o obelisco comemorativo da sua abertura. Junto com a
abertura da Avenida foi urbanizada a área litorânea com a construção da Avenida
Beira-mar no sentido do Centro para a Zona Sul e a região portuária (ver
postagem anterior).
Também na Av. Central
uma grande praça com características de Fórum foi projetada (a atual
Cinelândia), no entorno dela situavam-se os seguintes prédios institucionais: o
Teatro Municipal (1); o Museu Nacional de Belas Artes (2); a Biblioteca Nacional (3); o
Supremo Tribunal Federal (4) - atual Centro Cultural da Justiça; o Senado Federal
(5) - Palácio Monroe, hoje demolido e a Câmara de Vereadores da Cidade, Palácio
Pedro Ernesto (6).
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