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Mostrando postagens de dezembro, 2019

URBANISMO 3

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SÃO PAULO E A CIDADE JARDIM (1916) O projeto, de Barry Parker e Raymond Unwin, previa lotes de 1.450m2 dispostos em ruas sinuosas, com jardins internos às quadras, para uso coletivo dos moradores. É estritamente residencial, fora dois clubes e a igreja. Os jardins permeiam todo o bairro com residências que não podem exceder a área de projeção de 1/5 do terreno. A troca de muros por cercas vivas obtinha a idéia de um verde contínuo.   (OTTONI).  Em 1941 a eliminação dos jardins internos às grandes quadras e o loteamento dos mesmos com recurso ao cul de sac, tinha aumentado consideravelmente a densidade demográfica da região.     A propaganda na imprensa da época vende os loteamentos como situações residenciais ideais: sitio estritamente residencial, arborizado, com as infraestruturas básicas, com espaços desportivos e, mais tarde, com transporte público. Em seguida vão proliferar diversos outros loteamentos na cidade que ...

URBANISMO 2

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SÃO PAULO AVENIDA PAULISTA (1891) Criada no final do século XIX expandindo a cidade para novas áreas que não estivessem localizadas próximas às mais movimentadas centralidades do período, por essa época altamente valorizadas e totalmente ocupadas, tais como a Praça da República, o bairro de Higienópolis e os Campos Elísios. Inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891, com projeto do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima e do agrimensor Tarquínio Tarant, na administração do Dr. Clementino de Souza e Castro (Presidente do conselho de intendências da cidade de São Paulo, atual cargo de prefeito). Logo tornou-se o endereço preferencial da elite paulista, que nela construiu os seus palacetes em estilo eclético agora no contexto de uma nova habitabilidade que exigia uma compartimentação em cômodos com maior especialidade (boudoir, fumoir etc.) assim como novas instalações sanitárias e de abastecimento de água e de energia, e uma nova espacialidade urbana que se dava com a implantação da res...

URBANISMO 1

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BELO HORIZONTE. 1896. Ao se dedicar à criação da capital mineira, Aarão Reis já trazia um lastro de quase 20 anos de experiência profissional. Iniciara sua carreira como praticante técnico de obras hidráulicas na Alfândega do Rio de Janeiro, trabalhara como engenheiro do Ministério do Império, nas obras de construção do Matadouro de Santa Cruz (1875-79), atuou como engenheiro-chefe dos serviços de eletricidade da Estrada de Ferro D. Pedro II (1881-85) e da Comissão de Exame do Açude de Quixadá (1885), assumiu o cargo de diretor das obras civis e hidráulicas do Ministério da Marinha (1886-89), engenheiro-chefe da Estrada de Ferro de Pernambuco (1889) e diretor-geral da Secretaria de Estado da Agricultura, Indústria, Viação e Obras Públicas (1890). Atuou como consultor técnico nos gabinetes dos ministros da Agricultura Demétrio Ribeiro (1889) e Francisco Glicério (1890-91) e do ministro das Relações Exteriores Quintino Bocaiuva (1890). Em 1891 assumiu o cargo de engenheiro-chefe da E...

OS ENGENHEIROS E A MODERNIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO

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Quadro da Engenharia e da Arquitetura no Brasil ao longo do século XIX. 1792. Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, no RJ (Brasil colônia). 1811. Academia Real Militar (Reinado c/ D. João VI). 1816. Escola de Belas Artes (idem). 1858. Escola Central (2º império – D. Pedro II). 1874. Escola Politécnica do Rio de Janeiro (idem). 1876. Escola de Minas de Ouro Preto (idem). 1893. Escola Politécnica de São Paulo (1ª República). 1897. Escola Politécnica da Bahia (idem). Quando o curso de Arquitetura surge, no interior da Escola de Belas Artes, durante 34 anos o único professor de arquitetura foi Grandjean de Montigny. O curso acaba se configurando muito mais como um curso de planejamento de interiores e de exteriores com a composição de grandes volumes em um contexto muitas vezes paisagístico, e deixando muitas vezes as questões técnicas de lado. A partir de então o conhecimento artístico e científico da arte de construir parece se c...

A CASA DO ECLETISMO

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Contrariamente à casa colonial, no ecletismo os lotes são mais generosos nas suas dimensões laterais possibilitando que a edificação se afaste: centro de terreno nas casas da elite, ou geminada apenas de um lado e com afastamento na outra lateral propiciando um corredor que leva diretamente à uma porta de serviço aos fundos, em geral cozinha.  Características da casa de classe média deste período: edificação alinhada com a frontada do terreno;  elevada para conter porão, muitas vezes não habitável mas possibilitando o isolamento da umidade proveniente do terreno; ventilação e iluminação em todos os cômodos (fim da alcova), possibilitado pela presença do corredor lateral; existência de banheiro ou de um WC no interior da casa.  A casa da aristocracia paulistana, por sua vez, já era posicionada em centro de terreno muitas vezes incorporando o projeto de um jardim romântico e o seu programa era bem mais complexo do que o da casa de classe média podendo envolver: ...